quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Só falta Olivença...
Por seu turno, o país de Estaline esforça-se por arrastar o ocidente, até por ser nas organizações e alianças internacionais afectas a esta zona do globo que se pretende fixar, mas até agora pode dizer-se que este tem sido pouco influenciável. A NATO e a UE estão agora a estabilizar das aventuras expansionistas a leste. Aventuras essas que do nosso ponto de vista ocidental e liberal representam sucessos, mas que do lado russo não são mais do que atentados à sua área de influência. Depois das ditas movimentações de agregação no leste, o ocidente opta agora por uma estratégia diplomática de apaziguamento, dada a inviabilidade de uma nova guerra de grandes dimensões, que ainda para mais seria despoletada por um mero problema distante e de natureza regional. O máximo a fazer é a mediação até porque a Rússia tem um bom pretexto a legitimá-la. O conflito gerou-se pelo pretexto da Ossétia do Sul que segundo consta terá uma maioria russa na sua população. Aqui nota-se desde já a resposta ao “precedente kosovar”, a que a Rússia se opunha. De facto, a verdade é que o princípio da auto-determinação é um problema complexo. Parece difícil representar fidedignamente o conceito de “Estado-Nação”, sendo que ou estes se coadunam naturalmente ou então dá-se uma unidade forçada e artificial. É difícil legalizar e estabelecer requisitos para a auto-determinação. Portugal não costuma dar-se bem com estas questões. O Ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado já salientou que a contribuição portuguesa para as forças da NATO não será mais do que simbólica. As fronteiras insistem em assustar-nos ao nunca parecerem completamente definidas e ao permitirem espaços para os atentados ao princípio de não-intervenção em estados soberanos. Na verdade, bem que podíamos aproveitar. De forma mais diplomática que a Rússia, podíamos usar esta onda de indefinições territoriais para começar a propôr um plebiscito à nossa vizinha Espanha acerca de Olivença. Mesmo que já saibamos qual seria a resposta pragmática do povo oliventino…
Relatórios Freedom House:
http://www.freedomhouse.hu/images/fdh_galleries/NIT2008/NT-Georgia-final.pdf
http://www.freedomhouse.hu/images/fdh_galleries/NIT2008/NT-Russia-final1.pdf
terça-feira, 29 de julho de 2008
VIH/SIDA
Parece que quanto mais informados somos, menos cuidado temos. Enquanto se continuar a achar que isto é o tipo de coisas que só acontece aos outros, não haverá decerto qualquer melhoria.
domingo, 27 de julho de 2008
Pragmatismo político
Nisto, a direita política aplaude os estímulos económicos enquanto a esquerda denuncia o oportunismo e os privilégios das classes empresariais. Dos dois lados ambos denunciam a prática diplomática portuguesa com países que se encontram nos antípodas em relação à posição que defendem do espectro ideológico. Para mim a política externa portuguesa é sim classificada por um forte grau de inevitabilidade. Na minha percepção, a geografia dos recursos naturais predominantemente centrada em países com outros tipos de regime, aliada à conjuntura difícil que vivemos devido à crise internacional é que dita a aproximação.
terça-feira, 22 de julho de 2008
De volta ao canibalismo
sábado, 12 de abril de 2008
Ban Ki-Moon: Rússia pode desempenhar papel maior
"Secretário-Geral da ONU declara que Moscovo pode desempenhar um papel maior para expandir a parceria “já substancial” com a Organização das Nações Unidas, em declarações proferidas ontem na Universidade Estatal de Moscovo.
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Ban Ki-Moon, Secretário-Geral da ONU, declarou ontem na Universidade Estatal de Moscovo que “Estou convencido que (a Rússia) pode desempenhar um papel ainda maior do que outrora desempenhou, um papel de acordo com o tamanho tremendo do país, a sua riqueza e alcance global”. Ban Ki-Moon citou as palavras de Mikhail Lomonosov, fundador da Universidade Estatal de Moscovo: “amor do país é uma fonte potente de motivação”, acrescentando que “como Lomonosov sabia, e como nós sabemos hoje, uma abordagem global é uma necessidade – uma que vai além das fronteiras nacionais”.
Para Ban Ki-Moon, “esta nação aparentemente sem fim, parte Europa, parte Ásia, cobrindo 11 fusos horários de Kaliningrad a Kamchatka, se estabelece como interveniente igual e independente no palco político mundial”. Referiu ainda que a Rússia está envolvida globalmente em muitas áreas, desde a área dos negócios, às e cultura.
“O tamanho e os recursos do seu grande país trazem responsabilidades,” disse Ban Ki-Moon, “quer dentro, quer fora das fronteiras”.
“Como membro fundador da ONU e membro permanente do Conselho de Segurança, a Federação Russa tem um enorme papel num sistema previsível e compreensivo de relações globais, capaz de abordar questões importantes de forma estratégica e pragmática,” continuou.
Concluiu que “O princípio russo de um mundo multipolar é próximo da noção de multilateralismo . a pedra de toque das Nações Unidas”.
Konstantin KODENETS
Quem concorda?
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Escudo anti-inimizade.
Esta terá sido a última reunião entre Bush e Putin como chefes de estado e perante este cenário Bush disse estar "nostálgico". No mínimo, o difícil tema do escudo anti-míssil, teve efeitos imprevisíveis na relação entre ambos. De tal forma que existe a promessa de que um diálogo aberto será intensificado. É caso para dizer que de um escudo anti-míssil, quase que passaram para um "escudo anti-inimizade", que esperemos que seja franco e se prolongue nos mandatos dos próximos presidentes.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Já vi este tipo de bigode em qualquer lado...
Após 28 anos no poder, o Zimbabwe vive as suas pseudo-eleições, mas parece que a mão de ferro começa a fraquejar, pois a comum fraude eleitoral está num impasse. Mugabe parece no mínimo ter perdido a maioria no parlamento embora a comissão eleitoral ainda nada tenha revelado, estando num compasso de espera que normalmente inspira desconfiança. No partido de Mugabe, o ZANU-Frente Patriótica, já circularam rumores que indiciam que alguns dirigentes se mostraram propensos a não apoiar Mugabe e "exigir" a sua renúncia e até se diz que Robert Mugabe terá aceite essa hipótese, mas perante um simulacro de golpe de estado que o permitiria sair, no seu ponto de vista de forma mais honrada. Mugabe quer tudo menos perder, nem que isso implique mais uma falsidade (residual até) no meio de um regime que já por si é falso, tal como exemplifica a existência legal de um jornal totalmente afecto ao estado do Zimbabwe, e por onde muito comodamente se veiculam sondagens encomendadas. Todavia, isto não passam de informações constantemente atestadas de veracidade e simultânea falsidade. Agora aguarda-se pela segunda volta onde se saberá o desfecho. Nestes dias colocam-se várias questões que suponho que deixem qualquer um constrangido. Será que a democracia é mesmo viável neste tipo de países? Ou as ditaduras são soluções de agregaçao de países de parcos recursos e de carácter multi-étnico que requere uma unidade restrita? Será que a democracia não é um regime idílico nestas circunstâncias? E por outro lado, recordemo-nos da Cimeira UE-África. Ou será que sou o único que apenas se lembra do nome (com esforço), porque medidas práticas que sirvam de marca deste evento, provavelmente não existem. Não é de desprezar esta iniciativa de contacto entre os dois continentes, mas a diplomacia por vezes exagera ao privilegiar os protocolos e afins, enquanto os resultados são ofuscados por uma mais que trivial inércia. Mesmo assim, a comunidade internacional continua na esperança de que o caso queniano nao se repita. O que teremos de ver é se a esperança da comunidade internacional é acompanhada por medidas preventivas de novos conflitos, estranhamente ligados a actos simples para democracias liberais, como são as eleições.