terça-feira, 29 de julho de 2008

VIH/SIDA

Numa sociedade informada e relativamente desenvolvida como a portuguesa, seria de esperar que o número de infectados com este tipo de doença, ao longo do tempo, fosse algo de semelhante a uma função que se vai aproximando infinitamente do zero. No entanto, não é isto que se verifica. Segundo o jornal SOL, baseado nas estimativas do 'Relatório sobre a Epidemia Mundial do HIV/SIDA - 2008', elaborado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas para a doença (ONUSIDA), os números aumentaram, relativamente a anos anteriores, na casa dos milhares.
Parece que quanto mais informados somos, menos cuidado temos. Enquanto se continuar a achar que isto é o tipo de coisas que só acontece aos outros, não haverá decerto qualquer melhoria.

domingo, 27 de julho de 2008

Pragmatismo político



Depois de mais um encontro com o presidente venezuelano Hugo Chávez, que dá seguimento a uma política externa que encadeou atenções sobre países como Rússia, Angola ou Líbano, voltaram a pairar no subconsciente de alguns indivíduos uma possível atitude laudatória do governo português a outros tipos de regime tidos como menos democráticos. Aqui a discussão não é essa. Na verdade, neste conjunto de relações nota-se somente a maior facilidade dos estados que rondam os regimes autoritários em fazerem diplomacia com países de pequena dimensão, como é o caso português. É um jogo de conveniências, naturalmente. Os estados menos democráticos ganham em legitimação e reconhecimento internacional. Nesta escolha sobre com quem estabelecer relações pesa o facto de que a diplomacia com estados mais importantes, para além de serem normalmente menos dependentes, acarretam mais exigências diplomáticas. No fundo, a dependência ao contribuir para a definição do peso internacional de um país leva ao pragmatismo. Do meu ponto de vista, não tenho nada contra. Balanças comerciais desequilibradas, questões energéticas, problemas acerca dos emigrantes e condições para as empresas portuguesas, se internacionalizarem, entre tantas outras situações, têm de ser resolvidas e apoiadas. E sim, este zelo tem de deixar em segundo plano questões éticas acerca dos regimes com quem o governo se relaciona. A prioridade moral encontra-se sim na situação interna. O pragmatismo político não pode ter uma conotação negativa. Portugal sabe onde exercer as suas pretensões reguladoras do sistema internacional. Como estado isolado Portugal permanece frequentemente sem voz na política externa. Basta olharmos para o caso do Kosovo onde por exemplo, ainda há uma posição a ser tomada. Daqui se compreende o porquê, de Portugal ser propenso à integração e aprofundamento em organizações internacionais. Basta ver a posição portuguesa face à PESC, à União Mediterrânica ou aos perdões das dívidas das ex-colónias (sendo estes últimos tantas vezes criticados principalmente pela Região Autónoma Madeira). Pode-se criticar alguma inércia, mas por vezes temos de ver o pragmatismo que está por trás e que não pode deixar de ser louvado ao poder apaziguar flagelos como o terrorismo e flexibilizar as relações internacionais.
Nisto, a direita política aplaude os estímulos económicos enquanto a esquerda denuncia o oportunismo e os privilégios das classes empresariais. Dos dois lados ambos denunciam a prática diplomática portuguesa com países que se encontram nos antípodas em relação à posição que defendem do espectro ideológico. Para mim a política externa portuguesa é sim classificada por um forte grau de inevitabilidade. Na minha percepção, a geografia dos recursos naturais predominantemente centrada em países com outros tipos de regime, aliada à conjuntura difícil que vivemos devido à crise internacional é que dita a aproximação.

terça-feira, 22 de julho de 2008

De volta ao canibalismo

Após largos meses de ausência, o Canibal está de volta. Continuará como se o tempo tivesse parado, embora saiba perfeitamente que não parou, e que a vida continuou paralelamente a toda a "inactividade canibalesca"...